domingo, 5 de julho de 2009

Morrendo com dignidade – sentimentos de enfermeiros ao cuidar de pacientes que morrem na UTI.

Resumo
Objetivo: compreender os sentimentos dos enfermeiros ao cuidar do paciente que está morrendo na UTI. Métodos: estudo exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa, que teve como questão norteadora: Como você se sente cuidando do paciente fora de possibilidade de cura – PFPC na UTI?. Participaram desse estudo, dez enfermeiras. Utilizou-se, como cenário, a Unidade de Terapia Intensiva de um hospital público da cidade de Salvador. A coleta de dados aconteceu entre os meses de agosto e setembro de 2008, a partir de entrevistas gravadas com roteiro semi-estruturado. A Análise de Conteúdo proposta por Bardin foi à referência utilizada para a análise dos dados, onde se definiram as categorias de análise. Resultados: emergiram duas categorias: sentimentos relacionados ao paciente e sentimentos relacionados à família. Conclusão: a morte é tida pelas enfermeiras que com ela lidam no espaço da UTI, como uma vivência de sentimentos conflituosos, por vezes dolorosos. Pudemos depreender desse estudo, que durante a participação das enfermeiras no processo de morte de seus pacientes, emergiram sentimentos, como: angústia, impotência, vulnerabilidade e também aprendizagem, sentimentos que por vezes interferem na assistência prestada ao paciente e sua família. Observou-se também, que há uma preocupação muito presente, em relação à família, sendo esta valorizada no contexto do cuidado ao paciente que está morrendo.
Descritores: morte, emoções, cuidados de enfermagem, unidade de terapia intensiva.

Um comentário:

Biny- 2007.1 disse...

Prof Rudval, mt interessante esse estudo. Sabe que eu, desde que comecei estudar sobre a morte, que tenho me questionado sobre se eu conseguiria lidar com essa questão: tipo, cuidar de um paciente que não terá mais cura, e dar assistência tb aos seus familiares que são diretamente afetados. E nesse semestre, no estágio de clínico, percebi que não vai ser nada fácil. O paciente do meu estudo de caso tem um péssimo prognóstico segundo a sua médica, e para ser mais direta, ele não tem quase nenhuma chance de se recuperar... por isso sentir muita dificuldade de lidar com os sentimentos dele da família em relação a doença, é uma espécie de sentimento de impotência que tive sabe, não sabia o que falar qd me perguntavam: “e ai, vc sabe de alguma coisa, dos exames, do diagnóstico dele, ele fai ficar bem logo?”. A vontade que dava era de não voltar lá no leito, só para n ter que me lembrar de como eles estavam angustiados...